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Foto: Elenize Dezgeniski
Depoimentos
Trio Quintina - Três em um, em cinco e mais
É comum dizermos que um grupo, de tão entrosado, soa uno,
no sentido de formar uma unidade. Assim como também é
comum dizermos que um músico sozinho pode soar como uma
orquestra. As duas afirmações cabem bem para o curitibano
Trio Quintina. São três, mas parecem bem mais. Formam uma
cornucópia a despejar sons que se entrelaçam e bailam nos
ouvidos como um grande instrumento único, individual e
indivisível.
O próprio nome já brinca com essa ideia e ser três, mas ao
mesmo tempo ser mais. No início, tocavam cinco instrumentos,
agora tocam uns dez. Seria uma minibigband?
O entrosado trio é uno e abrangente. Brincante, delirante,
pensante, extasiante, dançante … O Trio Quintina segue
adiante sem dar bola para a rotulagem minimizante. O mínimo
com esse trio é máximo, é múltiplo, e nada comum.
Luiz Claudio de Oliveira
Lembro bem a surpresa na primeira vez que ouvi Trio Quintina. Quase a mesma que toma conta de
mim, ao voltar a ouvir, depois de tanto tempo, aquele primeiro disco, A Caixinha Mágica. Foi em 2001,
ano em que o trio participou da segunda edição do festival Rock de Inverno, lá no auditório Antônio
Carlos Kraide. Lembro da gente gravando uma entrevista e os dois músicos com aquele jeitão tímido,
falando da transição que, de certa forma, alguns deles viviam, entre o rock e a música brasileira, duas
vertentes que ajudaram a criar um certo clima meio 'mutantes', em algumas faixas.
Como o tempo mostrou, era a música brasileira a rainha ali, de diferentes épocas, com seus sopros e
cordas em combinações sofisticadas, costuradas por um bom gosto musical que começava a ser
experimentado de forma mais profunda pelos rapazes. Os arranjos, a sonoridade de um brasileirismo
bom, jovial, as “brincadeiras” sonoras e a seriedade musical daqueles três jovens chamavam a atenção.
Talento, seriedade, tranquilidade e certezas musicais são ingredientes que guiaram o Trio Quintina até
esta celebração de 15 anos! Fiel ao caminho traçado lá no começo dos anos 2.000, eles seguiram
concentrados em seu som, sem se perder nos ruídos que tentam distrair a música dos seus caminhos. Isso
merece mesmo uma celebração.
Foto: Christian Schwartz
...certa vez Quintina me lembrou Quintana...principalmente quando escreveu que um poema é um
pobre chocalho de palavras...Se era assim que escrevia Quintana...Quintina seria provavelmente um
chocalho de instrumentos em verso...
...quando conheci os protagonistas do Trio nas voltas do programa Ciclojam...eles ainda dialogavam em
outros universos...uns mais espaciais que os outros...mas todos com uma bela diversidade de referencias...
...e este ingrediente aliado aos múltiplos talentos...que os fizeram seguir na estrada por quinze anos e
honrar o publico com sua música que vem tomando cada vez mais a forma do tempo...
...o tempo enriquece o chocalho da música brasileira e se reflete neste grande trio...então que sigam na
estrada...
Adriane Perin
Cyro Ridal
A Trajetória
1999
A caixinha mágica
Foi o ano em que fizemos nosso
primeiro show autoral no teatro
Paiol. Éramos todos universitários e
já tínhamos algum destaque no
cenário da MPB em Curitiba,
tocando semanalmente no Empório
São Francisco. Fizemos muitos
amigos através da música, entre
eles Laiza Lemos, que criou um
cenário psicodélico feito de espuma
colorida e um enigmático sistema
de projeções com movimentos num
pano branco, usados nessa apresen-
tação, que contou ainda com a
performance cênica de Melina
Mulazani. O que era para ser uma
fita cassete “demo”, gravada
caseiramente com o luxuoso reverb
do lavabo da Dona Graça, acabou
virando nosso primeiro CD,
intitulado “A caixinha mágica”. Ali
nos lançávamos artisticamente,
trabalhando sempre a composição
paralelamente ao trabalho de
releitura dos grandes clássicos da
MPB, e seguimos assim até hoje.
Foto: Macacheira
Foto: Ciça / Teatro Paiol com Mlelina Mulazani
1998
Começou numa quinta-feira, logo após a quarta de cinzas de 1998. O Trio Quintina fez sua
primeira apresentação pública no Bar Empório São Francisco em Curitiba. Depois de
alguns encontros musicais em 1997 e talvez um mês de ensaio, estreamos com a intenção de
nos aprofundar na música popular brasileira. Éramos três músicos e cinco elementos
musicais (flauta, violão, guitarra, percussão e voz) dando nosso primeiro passo para a
busca da profissionalização na música. Naquela época eu participava de uma peça de teatro
chamada “Paredes de Vento”, tocando flauta ao vivo. Foi quando conheci Marcio Abreu,
que veio a fazer em 2010 a direção cênica do nosso show Cyrk, e vale citar que ele estava
presente nesse primeiro show do Trio Quintina!
Foto: Ciça / Ensaio na casa de Laiza Lemos
Gabriel
Fabiano Silveira – O Tiziu
2001
Teatro Paiol - Curitiba
Ao vivo puro/América Latina
Estávamos em intensa produtividade, fazendo arranjos para um
repertório interminável e tocando muito na noite curitibana, às
terças no Empório e aos sábados n'Aoca, além de vários outros bares
e eventos que nos solicitavam. E frequentemente eu ouvia alguém
dizer: “Gostaria de ter essas versões de vocês pra escutar em casa ou
no carro”. Então passamos um mês gravando todos os shows ao vivo
num pequeno aparelho de MD, presente do amigo Lincoln Suzuki.
Após criteriosa seleção desse material e pesado gasto em direitos
autorais, lançamos o cd duplo “Ao Vivo Puro, que ganharia nosso
primeiro Prêmio Saul Trumpet.
Neste mesmo ano, dias antes do Natal, fizemos as malas, colocamos
todos os instrumentos e equipamentos na Ford Escort verde do Seu
Luiz e partimos rumo ao Chuí. Durante três meses rodamos pelo sul
do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai e levamos nossa
música aos ouvidos de pessoas que jamais imaginariam nos escutar.
Foi uma aventura mambembe ímpar por lugares inesquecíveis!
Cartão postal de Gabriel para Andréa
durante a viagem do trio pela América
Latina em 2001.
“Este postal eu peguei em um bar quando passamos
em Buenos Aires. Nossa estadia por lá se resumiu em
uma noite de bebedeira. Do pouco que vimos da
cidade, deu pra ver que é muito grande e muito linda.
As avenidas grandes tem 4 ou 5 pistas em cada mão.
Foi uma aventura dirigir lá! Fizemos um amigo
chamado Julian que estava nos vendo tocar na rua e
vimos um ensaio do carnaval deles em uma praça.
Hoje é sexta e vamos tocar aqui em Valparaíso
(Chile). Domingo começamos a voltar pra casa.”
Gabriel
Gustavo
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