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Maraponga - Ricardo Bezerra               
1978 Epic (144232)

01 - Maraponga (Ricardo Bezerra)
02 - Cobra (Alano Freitas - estelio Valle)
03 - La Condessa  (Soares Brandão - Ricardo Bezerra)
04 - Celebração  (Ricardo Bezerra)
05 - Sete cidades (Ricardo Bezerra)
06 - Gitana (Ricardo Bezerra)
07 - Cavalo ferro (Ricardo Bezerra - Fagner)
08 - Manera Fru-fru manera (Ricardo Bezerra - Fagner)
09 - Improviso (Ricardo Bezerra)

Arranged by Hermeto Pascoal
Musical Direction by Ricardo Bezerra, Raimundo Fagner & Hermeto Pascoal.

Hermeto Pascoal - piano (1,2,3,4,7), arp (1,2,4), organ (4), garrafa (7)
Ricardo Bezerra- vocal (1,2,3,6,7,8,9), piano (5,6)
Nivaldo Ornellas - flute (1,3,4,8), soprano sax (6)
Mauro Senise - flute (1,3,4,8), flautim (6)
Cacau (Claudio Araujo) - flute (1,3,4,8)
Zé Carlos - flute (1,3,4,8)
Jacques Morelembaum - cello (1,4,8)
Itiberê Zwarg - bass (1,2,3,4,5,6,7,8)
Sergio Boré - percussion (1,5,8), bateria (7)
Sivuca - accordion (2,5,8), vocal (5)
Robertinho de Recife - guitar (2,5), viola (8,9)
Luiz Paulo Peninha - drums (2,3,5,6)
Marcio Malard - violin (3)
Bernardo Bessler - violin (3)
Aleuda - percussion (8)

Amelinha - vocal (1,3,6)
Fagner - vocal (2,6,7,8), acoustic guitar (6)
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1. Maraponga (Ricardo Bezerra)
Hermeto Pascoal - arranjo, regência,piano e arp
Amelinha e Ricardo - voz
Nivaldo Ornellas,Mauro Senise,Cacau (Claudio Araujo) e Zé Carlos - flautas
Jacques Morelembaum - cello
Itiberê Zwarg - baixo
Sergio Boré - percussão

2. Cobra (Alano Freitas - estelio Valle)
Ricardo e Fagner - voz
Hermeto Pascoal - piano e arp
Sivuca - acordion
Robertinho de Recife - guitarra
Itiberê Zwarg - baixo
Luiz Paulo Peninha - bateria

3. La Condessa  (Soares Brandão - Ricardo Bezerra)
Hermeto Pascoal - arranjo, regência e piano 
Amelinha e Ricardo - voz
Nivaldo Ornellas,Mauro Senise,Cacau (Claudio Araujo) e Zé Carlos - flautas
Itiberê Zwarg - baixo
Marcio Malard e Bernardo Bessler - violinos
Luiz Paulo - bateria

4. Celebração  (Ricardo Bezerra)
Hermeto Pascoal - arranjo, regência,piano, órgão e arp
Nivaldo Ornellas,Mauro Senise,Cacau (Claudio Araujo) e Zé Carlos - flautas
Jacques Morelembaum - cello
Itiberê Zwarg - baixo

5. Sete Cidades (Ricardo Bezerra)
Ricardo - piano
Robertinho - guitarra
Sivuca - acordion e voz
Sérgio Boré - percussão
Luiz Paulo- bateria
Itiberê Zwarg - baixo

6. Gitana (Ricardo Bezerra)
Ricardo, Fagner e Amelinha - voz
Ricardo -piano
Fagner -violão
Nivaldo - sax-soprano
Mauro -flautim
Itiberê - baixo
Luiz Paulo -bateria

7. Cavalo Ferro (Ricardo Bezerra - Fagner)
Ricardo e Fagner - voz
Hermeto - piano e garrafa
Itiberê - baixo
Sérgio Boré - bateria

8. Manera Fru-fru Manera (Ricardo Bezerra - Fagner)
Ricardo e Fagner - voz
Sivuca - acordeon
Robertinho - viola
Jaquinho - cello
Nivaldo Ornellas,Mauro Senise,Cacau (Claudio Araujo) e Zé Carlos - flautas
Itiberê - baixo
Sérgio Boré e Aleuda - percussão

9. Improviso (Ricardo Bezerra)
Ricardo - voz 
Robertinho - viola

Direção musical - Ricardo Bezerra, Raimundo Fagner e Hermeto Pascoal.


Ricardo Bezerra é arquiteto, compositor e músico, atuando nas artes cearenses desde 1966, quando participou dos primeiros festivais locais. Em 1968 foi um dos promotores da mostra musical “Aqui no Canto”, que teve como fruto o primeiro disco alternativo do Ceará. Ricardo Bezerra entrou com as parcerias “A História do Rapaz que Olhou para os Balões e Perdeu as Meninas”, com Luiz Fiúza, e “Unilateral”, feita com o poeta Brandão. Trabalhou na produção dos programas de TV “Gente que a gente gosta” e “Porque Hoje é Sábado”, dirigidos e apresentados por Gonzaga Vasconcelos. Em 1974, participa em Olinda do show “7 Cantos do Norte”, ao lado de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Fagner e Robertinho do Recife. Um ano depois faz apresentação no teatro do Ibeu, em Fortaleza, ao lado dos irmãos Caio e Gracco Sílvio, Francisco Casaverde, Tarcísio Lopes, Célio Loureiro e Petrúcio Maia. Em 1977 grava o elepê "Maraponga", com arranjos de Hermeto Paschoal e participação vocal de Amelinha. No lançamento, um ano depois, no Theatro José de Alencar, contou com Tarcísio Lopes, Ângela Linhares, Descartes Gadelha, Cláudio Castro e Lázaro, entre outros. Cria e desenvolve o Relógio dos Sons, instrumento para estudo de harmonia e faz turnê pelo Nordeste acompanhado de Pachelli Jamacaaru e Renato das Neves. No finalda década de 70, Ricardo Bezerra participa do disco coletivo “Soro”, que reúne também Fausto Nilo, Cirino e Fagner, entrando em seguida num enexplicável recesso musical, passando a atuar diretamente na área de arquitetura. Passa a ensinar na Escola de Arquitetura da UFC, faz mestrado na University of Arizona (EUA) e doutorado na University of Nottingham (Inglaterra). Ricardo Bezerra volta a pensar em compartilhar publicamente seu talento musical, com o convite do Sindicato dos Jornalistas no Ceará para uma apresentação no projeto Sexta com Arte em 1997.
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ENTREVISTA COM RICARDO BEZERRA
Por Klaudia Alvarez
 
	Ricardo Bezerra nos anos 70

A Página dos Amigos de Fagner mais uma vez realiza uma entrevista com um personagem importante e atuante na cena musical/cultural, além de  muito ligado à carreira de Fagner.  Dessa vez vamos conversar com o arquiteto, professor universitário e compositor cearense RICARDO BEZERRA, autor, entre outras canções, de Cavalo-ferro, uma das mais marcantes que  Fagner já gravou.

 

As perguntas foram elaboradas por Ricardo Piolla, Geraldo Medeiros Jr. e Klaudia Alvarez.

 

- Ricardo, é um grande prazer para nós, da Página dos Amigos, conversar com você.  Queríamos começar pedindo que você nos conte como conheceu Fagner no final dos anos 60 e como você o levou para frequentar o Bar do Anísio, reduto da intelectualidade cearense da época.
 RB - Conheci Fagner logo após ele ter ganho o festival da Música Cearense, promovido pelo Jornal O Povo, em 1968, com a música “Nada sou”, em parceria com o Marcus Francisco.  Foi nos corredores da Rádio Iracema, onde eu estava trabalhando, representando o Diretório dos Estudantes da Escola de Arquitetura da UFC, na organização de outro festival: o Festival de Música Aqui no Canto.  Nesse primeiro encontro já nasceu uma grande amizade.  Amizade à primeira vista.  Daí fizemos planos de compor em parceria, o que começamos a fazer logo nos dias seguintes.   Nessa estória do Bar do Anísio, realmente  fui eu quem teve a honra de apresentar o Fagner para a turma da universidade.  O Bar do Anísio era um dos lugares que frequentávamos. (Nota da Página dos Amigos: O Bar do Anísio se localizava na Av. Beira Mar, na Praia de Mucuripe.  Hoje tem um edífício no local onde ele ficava).  Por conta de nossa amizade e pelo fato da Marta, irmã dele, trabalhar na Escola de Arquitetura, ele passou a ir muito lá também.  A Escola era o local de maior efervescência cultural da cidade e, portanto, muitos artistas da cidade estavam sempre por lá.  Era a Escola de dia e o Aníso de noite e madrugada adentro.

 

- Em 1967 você começou a participar dos festivais de música realizados em Fortaleza.   Como se deu seu envolvimento com a música ?
RB - Quando nasci, para falar a verdade.  Em casa, minha mãe tinha estudado piano durante oito anos, minhas irmãs estudavam piano, meu pai era um amante da música clássica ( no almoço e no jantar era sagrado se ouvir esse tipo de música e eu era o encarregado de colocar os discos nessas horas).  Estudei piano dos 7 aos 8 anos de idade e minha mãe pensava que eu poderia me tornar um concertista de música erudita.  Felizmente, me enfadei dos exercícios maçantes e fiquei só tocando de ouvido.  Procurava tocar as músicas do rádio, fora aquelas besteiras  tipo “O Bife”.  Quando estava na adolescência, minha irmã resolveu estudar violão com uma prima nossa, eu fui na onda e comecei a praticar as músicas do caderno dela.  Daí abandonei o piano e fiquei no violão, instrumento que foi o meu meio musical até depois de casado e com filhos.  Apesar de nunca ter abandonado o piano totalmente, quando estava fazendo meu doutorado, resolvi comprar um teclado (tipo sintetizador) e já há algum tempo voltei para as teclas, onde me sinto mais à vontade.

 

- No final dos anos 60 você chegou a trabalhar na produção dos programas de TV “Gente que a gente gosta” e “Porque hoje é sábado”, veiculados em Fortaleza onde Belchior e Fagner se apresentavam.  Fale-nos sobre isso.
RB - Era muito gostoso trabalhar naqueles programas.  Uma pessoa que merece ser lembrada pelo excelente caráter que sempre demonstrou, é o Gonzaga Vasconcelos (que depois foi trabalhar na TV Educativa do Rio).  Ele era o apresentador e produtor geral desses programas.  Ele foi a pessoa que mais “deu corda” para a moçada se mandar pro tal do “Sul Maravilha”.  Era, basicamente, a nossa patota ( é o novo...)que se apresentava ali.  Normalmente sempre cantava junto com o Fagner.  Na verdade, naquela época de rebeldia, a gente mais gritava que cantava.  Haja garganta...  Tem um monte de outras pessoas, além do Belchior e Fagner que fizeram parte daquela estória e que eu gostaria de citar: o Ribamar Vaz (estudante de Medicina), o Jorge Melo (hoje músico em São Paulo), o Cirino (grande violão, hoje morando em Fortaleza), o Rodger e a Téti, o Ednardo... e outros que agora não lembro.  Naqueles tempos, o Fagner e eu cantávamos nossas parcerias: Cavalo-ferro, Manera Fru Fru Manera e a do Astronauta (cá prá nos, uma cópia mal feita daquela música dos Mutantes...).  A verdade é que éramos todos uns ilustres desconhecidos, um bando de frangotes metidos a artistas, e o público (os programas eram de auditório, na TV Ceará) não dava a menor bola prá gente.  Parecia que entrávamos, cantávamos e saíamos do palco praticamente sem sermos notados.  O público queria mesmo era ve...
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