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A Força dos
Sentimentos
Maria Cristina Milred
PREFÁCIO
Eu decidi escrever estas páginas depois de uma experiência de quase
trinta anos como psicóloga clínica, para tentar mostrar como podemos
VIVER MUITO BEM, apesar dos problemas normais da vida que
provocam sentimentos negativos, como raiva, medo, tristeza, inclusive
aproveitando esses problemas para atingir um nível de desenvolvimento
individual cada vez maior.
No meu trabalho pude constatar que as pessoas sabem muito sobre
cuidados físicos, preocupam-se com alimentação saudável, ginástica,
vitaminas; mas muito poucas estão cientes dos cuidados psicológicos.
Por exemplo, se eu falasse para vocês não comer nada durante três
dias e depois participar de uma corrida, vocês me olhariam com pena por eu
ter perdido o juízo. Porém, quantos de nós continuamos às vezes lidando
com problemas sérios de relacionamento, comunicação, trabalho, sem
cuidar de nossas condições psicológicas!
Os famosos “problemas psicológicos”, especialmente os que estão
tão na moda hoje, como síndrome do pânico, fobias, stress, são reações de
nosso organismo perante estímulos fortes demais e que poderiam ter sido
prevenidos na grande maioria dos casos.
Nas páginas seguintes, vocês poderão me acompanhar numa viagem
fantástica, de autoconhecimento e através dele, de um desenvolvimento
progressivo de nossas aptidões para curtir cada vez mais a vida, assim como
tratar de um modo simples mas efetivo traumas e sintomas psicossomáticos.
Em psicologia não existem fórmulas mágicas que vão resolver
nossos problemas mas podemos contar, sim, com certos conhecimentos
básicos que, bem aplicados, contribuem para uma estrutura de
personalidade cada vez mais forte.
Existem muitos livros de auto-ajuda, cheios de sugestões e
conselhos bem intencionados, mas a maioria não é auto-ajuda, porque não
tenta aproveitar o potencial maravilhoso que existe em todos nós e que
chama-se
sentimentos.
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Até no famoso “pensamento positivo”, espera-se que só a repetição
de frases como “eu me sinto feliz”, ou “eu gosto de mim mesmo”, vai ter
um efeito automático e conseguir que a pessoa realmente passe a se sentir
assim. Mas esse enfoque ignora um elemento fundamental, que é a base de
nossa proposta: conhecer melhor os nossos sentimentos positivos e
negativos, como o combustível que vamos utilizar na nossa vida diária de
um modo cada vez mais efetivo, sem bloqueá-los e sem passá-los para a
área física em forma de sintomas.
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PRIMEIRA PARTE
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É importante diferenciar bem entre sentimentos e pensamentos para
poder usá-los do melhor modo possível na nossa vida diária, e especificamente,
nas técnicas desenvolvidas na segunda parte deste trabalho.
O pensamento é um conceito lógico, que segue uma estrutura
definida e está sempre associado a um conteúdo claro, por exemplo, penso
em uma casa e posso imaginar algo que vai ter certos elementos
reconhecíveis por todos; pode ter um ou dois andares, poucos ou muitos
quartos, mas vai sempre ter algum tipo de portas e janelas.
Se eu falo “a casa da minha infância”, eu incorporo outro elemento
que é o sentimento. Não só vou ter uma representação mental de um
objeto, mas agora vai estar carregada com sensações e sentimentos que vem
da minha vida nessa casa e que vão ser positivos e/ou negativos.
Ou seja, o pensamento como está definido aqui, é neutro,
intelectual, enquanto que o sentimento traz uma série de outros elementos
psicológicos, conscientes e inconscientes.
Porque é tão importante essa diferenciação? Porque nós
percebemos um estímulo ou uma situação, não como ela é objetivamente,
mas como ela é para nós, de acordo à nossa história pessoal. Isso é normal
até um certo ponto mas quando a distorção, a diferença entre a situação real
e o modo como a percebemos, é muito grande, vamos ter problemas de
adaptação.
No caso da fobia, por exemplo, uma situação externa negativa é
percebida como um estímulo tão grave e ameaçador que “paralisa”
inconscientemente a pessoa e ela não consegue reagir do modo adequado.
Todas as suas energias ficam bloqueadas e por esse motivo não
consegue se defender e agir normalmente. Nesse momento, seus
sentimentos se sobrepõem aos pensamentos lógicos e sua reação não vai ser
adequada à situação.
Um dos propósitos principais destas páginas é aprender a lidar com
os estímulos negativos, deixar vir e identificar os sentimentos, mas não
permitir que eles dominem nosso comportamento.
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